Objectivos do blog

Este blog tem como principais objectivos:
- A sensibilização da população jovem para temas ligados à Promoção da Saúde;
- A divulgação do projecto que estamos a desenvolver, no âmbito de Área de Projecto.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Trabalho reconhecido!

Caros visitantes,

No passado dia 31 de Maio, Dia Mundial Sem Tabaco, e na sequência da nossa coleboração com o PES (Projecto Escola Saudável) nas comemorações do dia 17 de Novembro, Dia Mundial do Não Fumador, fomos convidados a participar num evento que se realizou na DREA (Direcção Regional de Educação do Alentejo), em Évora, em representação de todos os alunos que colaboraram com o PES, que consistiu na entrega de prémios à escola vencedora, ou seja, à escola que desenvolveu o melhor trabalho no âmbito da promoção da luta contra o tabagismo! O Agrupamento de Escolas de Campo Maior foi a escola vencedora, facto que nos enche de orgulho!
É extraordinário como a nossa parceria com o PES foi ampliamente reconhecida, é sinal que as entidades competentes do nosso país estão mobilizadas para um futuro mais saudável!

Aqui deixamos algumas fotos do evento em que participámos e onde apresentámos os trabalhos desenvolvidos por nós e por alunos de 2º e 3º ciclo.




Grupo 4

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Auto-devoração das células pode ser via para tratamento

Luís Pereira de Almeida, que coordena uma equipa internacional no Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC, diz ser essa uma via para promover a eliminação dessas proteínas indesejáveis, como é o caso da ataxina-3 mutada, a proteína tóxica envolvida na doença de Machado-Joseph.

Este processo de autofagia celular já foi confirmado pela sua equipa em modelos animais com a doença de Machado-Joseph, mas "também há evidências de que este mecanismo pode ter efeitos protetores nas outras doenças neurodegenerativas", afirma o investigador, ligado à Faculdade de Farmácia da UC.
 
Nessas doenças há um bloqueio desse mecanismo de autofagia, uma falha dos mecanismos de degradação proteica que leva à acumulação no interior dos neurónios de proteínas com conformações alteradas, agregadas em diferentes graus, que se tornam tóxicas.
"É como se existissem 'sacos de lixo' que se começam a acumular quando a remoção do lixo numa cidade não é feita. Por outro lado, vimos também que uma das proteínas que era essencial a fazer este transporte, no fundo a remover este lixo - os 'camiões do lixo' - estavam em níveis mais baixos que o normal", explica o investigador à agência Lusa.
Ou seja -- prossegue -- "em vez de haver um número normal de 'camiões do lixo' há um número menor, uma diminuição dos níveis da proteína beclina-1", importante para este processo.

(Notícia retirada de: Auto-devoração das células pode ser via para tratamento - Ciência - DN)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Menos educação pode acelerar envelhecimento

Uma equipa de cientistas associou o envelhecimento celular com o grau de educação da população, concluindo que pessoas com menos escolaridade tinham células mais velhas. Este factor, segundo o artigo publicado recentemente na revista Brain, Behavior, and Immunity, era mais importante do que o nível económico actual das pessoas.

(...)
 
As extremidades dos cromossomas vão diminuindo ao longo da vida das pessoas, isso é uma forte indicação do envelhecimento das células. “Encontrámos que um nível de educação mais baixo estava associado com telómeros mais pequenos”, escrevem Andrew Steptoe, investigador da universidade College of London, e colegas do projecto.
(...)
 
No entanto, o novo estudo mostra que a educação é mais determinante no estado de saúde de uma pessoa a longo prazo, do que o estatuto social actual dessa pessoa ou o ordenado que recebe.
 
“A educação é um marcador da classe social que as pessoas adquirem no início da vida, e a nossa investigação sugere que é uma exposição longa às condições dos estatutos sociais mais baixos que promovem um envelhecimento celular mais acelerado”, disse Andrew Steptoe, citado pela Reuters.
 
Segundo Stephen Holgate, do Conselho de Investigação Médica Britânica, que financiou parte da investigação, este estudo sustenta uma das mensagens que tem surgido nos estudo feitos a longo prazo: “A experiência que temos no início da vida pode ter uma influência importante na nossa saúde”, disse citado pela BBC News.
 
É difícil perceber quais é que são as raízes desta ligação. O artigo sugere que as pessoas mais educadas são capazes de tomar decisões mais informadas que beneficiam a sua saúde e, por outro lado, têm uma maior capacidade para gerirem o stress e a pressão.

Menos educação pode acelerar envelhecimento - Educação - PUBLICO.PT

Cientistas associam gene à felicidade

Uma pessoa com duas variantes longas de um gene pode ter mais facilidade em ver o lado bom das coisas e por isso ser mais feliz, pelo menos de acordo com um estudo que vai ser publicado na revista Journal of Human Genetics.

O trabalho foi feito a partir de um estudo norte-americano que observou a saúde dos adolescentes ao longo de 13 anos, entre 1995 e 2008. Para o trabalho de Jan-Emmanuel De Neve, investigador da Escola de Londres de Economia e Ciência Política, foram analisados 2574 adolescentes.
 
O objectivo era tentar perceber por que é que algumas pessoas parecem naturalmente mais felizes do que outras. A conclusão que o cientista chegou é que as pessoas que nascem com duas versões maiores do gene chamado 5-HTT têm mais probabilidades de dizerem que estão satisfeitas com a vida, do que aqueles com uma versão mais curta.
 
Este gene está envolvido no transporte de serotonina – o químico, que entre outras coisas, está associada ao sentimento de bem-estar. A variante longa deste gene permite uma libertação e uma reciclagem melhor da serotonina, do que a variante mais pequena. Cada pessoa tem duas variantes do gene, uma vinda do cromossoma do pai e outra do cromossoma da mãe.
 
Os 2574 adolescentes responderam a um inquérito que perguntava quão satisfeitos estavam com a sua vida. As respostas variavam entre “muito satisfeito”, “satisfeito”, “nem satisfeito, nem insatisfeito”, “insatisfeito” e “muito insatisfeito”.
 
Analisando a informação genética destes adolescentes, mais precisamente quais as variantes que cada um tinha para o gene 5-HTT, a equipa de De Neve verificou que 69 por cento dos que tinham duas cópias grandes do gene diziam que estavam satisfeitos (34%) ou muito satisfeitos (35%).
 
Por outro lado, os que tinham duas cópias curtas, só 38% diziam que estavam satisfeitos (19%) ou muito satisfeitos (19%). Ao todo, cerca de 40 por cento dos adolescentes disseram que estavam "muito satisfeitos" com a vida.
 
Os resultados sugerem uma ligação forte entre a felicidade e a variação funcional deste gene”, disse o investigador citado pelo jornal britânico “The Telegraph”.

“Claro que o nosso bem-estar não é determinado por apenas um gene – outros genes e especialmente a experiência que vamos tendo ao longo da vida continua a explicar a maioria da variação entre a felicidade de cada um.”

Cientistas associam gene à felicidade - Ciências - PUBLICO.PT

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Projecto Friso Cronológico

Caros visitantes,

Como prometido, este perído (o 3º e último) vai ser dedicado à concepção do friso cronológico sobre os avanços da Medicina nos séc. XX e XXI.
Aqui deixamos o projecto do mesmo, para que possam visualizar melhor do que estamos a falar.

Grupo 4

Genes egoístas podem revolucionar combate da malária

Há décadas que a malária é combatida por drogas que matam o Plasmodium ou através de tentativas de erradicação dos mosquitos que carregam este parasita. A engenharia genética começa agora a dar cartas. Um artigo publicado esta quinta-feira, na edição impressa da revista Nature, utiliza genes egoístas que aniquilam outros genes, como uma nova arma contra a doença que mata 800 mil crianças todos os anos.
 
Os genes egoístas não são uma invenção artificial. São complexos de genes que existem apenas em cromossomas de certos organismos unicelulares. Geram proteínas que atacam locais específicos da molécula de ADN do cromossoma homólogo, que não tem este genoma egoísta, e fazem com que esta cadeia se abra. 

Nunca ninguém tinha demonstrado que este parasita genético também funcionava em seres mais complexos. A equipa liderada por Andrea Crisantini, do Imperial College de Londres, provou esta possibilidade utilizando o Anopheles gambiae, uma das espécies que transmitem o parasita da malária.

“A nível molecular é uma ferramenta muito poderosa”, disse ao PÚBLICO a cientista Maria Mota, líder do grupo que faz investigação em malária no Instituto de Medicina Molecular, do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Segundo a cientista, será preciso agora tornar este sistema viável para um gene específico que trave o ciclo do parasita da malária e depois introduzir centenas de mosquitos na natureza. Teoricamente, “em 10 ou 20 gerações do mosquito” a substituição genética estaria integrada na população natural, numa região endémica.
Mas a investigadora portuguesa alerta para o optimismo destas descobertas. “Cada passo a seu tempo”, disse, explicando que é preciso encontrar um gene eficiente e é necessário verificar que o processo funcione na natureza.

A equipa produziu algumas populações geneticamente alteradas deste mosquito. Numa colocou um gene que produz a proteína GFP, que é fluorescente, e pode ser observada. E noutra população, colocou os genes egoístas. Neste caso, o sistema desenvolvido pelos cientistas fazia com que as proteínas fabricadas a partir dos genes egoístas cortassem o ADN no local dos genes da GFP. Deste modo, substituíam o gene da GFP pelos genes egoístas. 



“O próximo passo é conseguir romper genes que interfiram com o desenvolvimento do parasita, o comportamento do mosquito e a sua fertilidade”, explicou ao PÚBLICO Andrea Crisanti, que defende que estes resultados demonstram um grande potencial para o controlo de mosquitos que são transmissores de doenças.

Os cientistas juntaram depois as duas populações para se reproduzirem e verificaram que ao longo das gerações havia cada vez menos mosquitos a produzirem a proteína fluorescente e cada vez mais com os genes egoístas. Passado 12 gerações, 60 por cento da população de mosquitos já não produzia a proteína GFP. Se em vez do gene da proteína fluorescente, estivesse um gene essencial para a transmissão do parasita, os genes egoístas teriam apagado a capacidade do insecto ser um vector.
Quando a maquinaria da célula vai em socorro “coser” o cromossoma partido, utiliza a informação correcta do cromossoma intacto para copiar as letras do ADN e “coser” a molécula que foi cortada. Neste processo acaba por copiar os genes egoístas, que deste modo se reproduzem para o novo cromossoma.

Anti-inflamatórios reduzem eficácia de antidepressivos

Os medicamentos anti-inflamatórios, como a comum aspirina, reduzem a eficácia dos antidepressivos mais prescritos como o Prozac, segundo um estudo publicado nos Estados Unidos.
Estes resultados considerados "surpreendentes" podem justificar a razão de tantas pessoas tratadas com antidepressivos à base da substância activa fluoxetina não responderem ao tratamento, indicam os autores da investigação, publicada na revista da Academia Nacional das Ciências Americana.
Pesquisas conduzidas em ratos mostram que tratamentos simultâneos com antidepressivos e anti-inflamatórios tornavam os animais significativamente menos receptivos ao tratamento contra a depressão e ansiedade, em comparação com os medicados apenas com antidepressivos.
Paul Greengard e Jennifer Warner-Schmidt, do Centro de Investigação Fisher contra a doença de Alzheimer, da Universidade Rockefeller e co-autores deste trabalho, notaram que a eficácia da toma de apenas antidepressivos é de 54 por cento.
Quando esses medicamentos são tomados juntamente com anti-inflamatórios, a taxa de sucesso cai para cerca de 40 por cento, acrescentaram os investigadores.
"Os resultados desta pesquisa podem ter implicações importantes para o tratamento da depressão, dadas as altas taxas de resistência a estes fármacos", referiu Jennifer Warner-Schmidt.

Anti-inflamatórios reduzem eficácia de antidepressivos - Ciência - DN

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Idade de glóbulos vermelhos ligada a doenças cardiovasculares

Um grupo de investigadores portugueses concluiu que a idade dos glóbulos vermelhos está ligada ao risco de doenças cardiovasculares, descoberta que poderá contribuir para o desenvolvimento de tratamentos preventivos.
 
"Investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, publicam esta semana na revista PLoS ONE um estudo que recorre às nanotecnologias para perceber a relação entre a idade dos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e a tendência para a sua excessiva agregação, um factor de risco cardiovascular", revela o IMM num comunicado hoje divulgado.
 
A investigação sugere que "serão os glóbulos vermelhos jovens que mais contribuem para as doenças cardiovasculares associadas à excessiva agregação destas células do sangue". O estudo descreve especificamente a interacção entre o fibrinogénio, uma proteína do plasma sanguíneo, e os glóbulos vermelhos.
 
"O fibrinogénio é uma proteína de agregação que se pensa ser o principal responsável pela agregação de glóbulos vermelhos, e que pode desta forma dificultar a circulação sanguínea (caso exista em níveis elevados)", refere a nota do IMM.
No estudo, os investigadores descrevem detalhes moleculares que mostram que "o fibrinogénio se liga melhor a glóbulos vermelhos jovens, quando comparados com glóbulos menos jovens".

Cientistas portugueses estudam reprodução do vírus do Dengue e antecipam surtos na Europa

O risco de um surto de dengue fez despertar a Europa e os Estados Unidos para a importância da pesquisa nesta área, mas investigadores portugueses temem que o tratamento da doença não seja prioritário para a indústria farmacêutica.

Ivo Martins e Nuno Santos são investigadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, e estão a conseguir progressos na compreensão do ciclo de vida dos vírus, abrindo caminho ao tratamento de doenças como dengue, febre-amarela ou vírus do Nilo Ocidental.

Usando como modelo o vírus do dengue, os investigadores da Unidade de Biomembranas do IMM, em parceria com a Unidade de Bioquímica-Física do mesmo Instituto e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desvendaram pormenores relativos à formação de novos vírus.

A ideia é perceber qual o mecanismo de produção de novos vírus para depois identificar as ferramentas mais úteis para interromper esse processo”, disse Nuno Santos.

Ivo Martins explicou que a investigação pretende “identificar como é que o vírus faz a montagem de novos vírus, estudando para isso a proteína C e a sua ligação a certos lípidos [gorduras] “.
É a partir desta descoberta que será possível criar um tratamento para as infecções por dengue, que, lembra Nuno Santos, já não estão confinadas às regiões tropicais.

Com o aquecimento global e uma maior movimentação de pessoas e bens, os mosquitos transmissores passaram a existir também na Europa, o que faz com que estejam reunidas as condições para um surto”, disse.

Não existe qualquer vacina ou tratamento para a infecção por vírus da dengue. Nuno Santos acredita que uma vacina será conseguida “numa escala temporal mais alargada” e que no caso do tratamento está mais perto “uma ferramenta promissora para ensaios clínicos”.

No entanto, estamos ainda bastante longe de medicamentos para o tratamento da dengue”, disse, adiantando que só o processo de compreensão do funcionamento do vírus pode demorar dois a três anos.

Os investigadores sublinham que os países do Hemisfério Norte têm dado pouca atenção à dengue e outras doenças tropicais porque não os afectavam directamente, ainda que o aumento do risco de surtos na Europa ou nos Estados Unidos tenham mudado “o paradigma de interesse” pela dengue.

Ivo Martins lembra um caso detectado de transmissão local no Verão de 2010 em Nice, França, para considerar que é preciso tomar medidas, e recorda a “decisão estratégica” da União Europeia de aumentar o financiamento para a investigação nesta área.

Mas, “mesmo com o crescer de importância no hemisfério norte, continua a não ter o mesmo grau de prioridade e impacto para a indústria farmacêutica que um tratamento para Alzheimer, sida, gripe ou doenças cardiovasculares”, ressalvou Nuno Santos.
O vírus da dengue é uma das principais causas de febre hemorrágica em todo o mundo, sendo que cerca de dois terços da população mundial vive em áreas onde o vírus é transmitido. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que entre 50 milhões a 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Estudo de investigadores do ICBAS abre caminho a tratamento de doenças que levam à destruição óssea


Nesta investigação provou-se que “os níveis de adenosina controlam a remodelação do osso em mulheres na pós-menopausa”.
Os resultados “abrem caminho na procura de novos alvos moleculares destinados ao tratamento de doenças como a osteoporose e a artrite reumatóide, onde a destruição óssea ultrapassa a capacidade individual de formação de osso”.

“Os efeitos indesejáveis da cafeína na maturação das células ósseas provenientes de mulheres sujeitas à colocação de próteses da anca” foram comprovados, pela primeira vez, neste estudo do ICBAS, usando diversos análogos da cafeína.
Dados epidemiológicos demonstram, que o consumo de mais de quatro chávenas de café por dia leva à perda significativa de massa óssea em mulheres após a menopausa.

Está provado cientificamente que a cafeína é um potente antagonista dos receptores da adenosina”, sustentam.

Os investigadores explicam que coma idade, as alterações hormonais da menopausa condicionam a acção da adenosina sobre o osso e apontam o consumo exagerado de café como outro dos factores negativos.

Nesse sentido, “serão testados fármacos que actuem como seus precursores, substâncias que promovam a sua libertação pelas células e/ou compostos que impeçam a sua degradação”.

Por isso, depois deste estudo, que acaba de ser publicado no Journal of Cellular Physiology, o próximo passo dos investigadores do ICBAS será “tentar perceber de que forma podem ser aumentados os níveis de adenosina no osso”.
Ao ter demonstrado que a adenosina tem um papel crucial na proliferação das células responsáveis pela formação do tecido ósseo, a nova descoberta dos investigadores do Laboratório de Farmacologia e Neurobiologia do ICBAS, “vai permitir estudar compostos que substituam o papel activo da adenosina e levar à produção de fármacos capazes de agir eficazmente, antes da destruição óssea”.
Actualmente, segundo a equipa liderada Paulo Correia de Sá, “não existe nenhum medicamento aprovado para o tratamento das doenças ósseas capaz de aumentar os níveis de adenosina e/ou a sua ação farmacológica sobre as células progenitoras do osso”.

A adenosina é uma das substâncias produzidas pelas células ósseas e interfere na remodelação do osso.

5% dos trabalhadores sexuais estão infectados com VIH


Cerca de cinco por cento dos trabalhadores sexuais - homens, mulheres ou transgéneros - e dos homens que têm sexo com outros homens em Portugal estão infectados com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), revelam dois estudos hoje apresentados.


Os estudos foram realizados no âmbito do projeto PREVIH: Infecção pelo VIH/Sida nos grupos de homens que têm sexo com homens e trabalhadores sexuais e foi apresentado na Conferência internacional sobre infeção pelo VIH entre grupos de difícil acesso, que decorre até terça-feira, no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), em Lisboa. Sónia Dias, professora do IHMT, apresentou o primeiro estudo em que participaram 1.040 trabalhadores sexuais em Portugal (853 mulheres, 106 homens e 81 transgéneros). A investigação apurou que 51,9 por cento dos indivíduos com menos de 24 anos tiveram relações sexuais antes dos 15 anos e que 96,7 por cento elege o preservativo como forma de prevenir o contágio, com 60 por cento a indicar a abstinência sexual.
Uma larga maioria dos inquiridos revelou conhecimentos sobre os riscos de contágio do vírus, embora uma "grande quantidade" tenha indicado as picadas de insecto, o beijo, a tosse e o espirro como formas de infecção. O inquérito revelou ainda que 9,7 por cento das mulheres, 12,2 por cento dos homens e 11,4 por cento dos transgéneros teve relações forçadas no último ano. Uma esmagadora maioria (96,9 por cento) disse ter usado preservativo com o último parceiro, enquanto 18 por cento dos homens referiu não ter usado preservativo na última relação. Em relação à droga, o estudo identificou um consumo bastante elevado no último ano e no último mês, sendo que as mulheres revelam uma maior adição psicoactiva e de metadona e os homens um maior consumo de drogas ilícitas. Apesar de ressalvar que estes dados ainda têm de ser trabalhados, Sónia Dias revelou que o inquérito apurou que, pelo menos, cinco por cento dos trabalhadores sexuais estará infectado com VIH/sida.
Presente no encontro, Luís Mendão, do Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/Sida, disse ter ficado surpreendido com estas percentagens. Uma realidade que, frisou, tem de ser entendida para conduzir a melhores políticas de saúde pública. Outro estudo, com o mesmo número de participantes, revelou que alguns homens que têm sexo com homens elegem a picada de insecto, o beijo e a tosse ou espirro como modos de transmissão. Um quarto não considera ou tem dúvidas de que o sexo oral sem preservativo não é forma de transmissão.

Portugueses limitam crescimento de cancro manipulando ambiente celular


Cientistas portugueses conseguiram travar o crescimento do cancro manipulando o ambiente que envolve as células cancerosas. O estudo publicado na revista Oncogene mostra pela primeira vez por que é que vários tipos de cancro bloqueiam a actividade do gene LRP1B. A descoberta pode abrir portas para novas terapias.

Os cientistas vão continuar a investigar novas substâncias que influenciam o crescimento do cancro

LRP1B não desaparece das células cancerosas, mas é como se o fizesse. Em 2010, uma equipa de Cambridge descobriu que o gene estava entre os dez genes mais bloqueados em 3312 cancros. “Verificámos que nos tumores da tiróide havia uma repressão significativa deste gene”, disse Hugo Prazeres ao PÚBLICO, primeiro autor do artigo, que trabalha no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto. O estudo foi liderado por Paula Soares.

A proteína é especialmente activa nas células da tiróide e do tecido nervoso, mas também aparece silenciada no cancro colo-rectal, do pulmão, da bexiga e noutros. Os cientistas descobriram que este bloqueio acontece de três formas. O gene pode ser mutado e não originar uma proteína normal, podem ligar-se pequenas moléculas que emaranham o ADN e impedem a maquinaria celular de iniciar a produção da proteína e o processo pode ainda ficar bloqueado depois de a maquinaria ter produzido o ARN – a molécula que codifica os aminoácidos que juntos formam a proteína.

Investigámos o que é que acontecia se introduzíssemos o gene funcional LRP1B em tumores, uma das coisas mais importantes foi a repressão da invasão”, disse o cientista. A equipa conseguiu travar o crescimento tanto em células in vitro como em modelos animais. O passo seguinte foi compreender qual a função desta proteína membranar. 

Descoberto que proteína pode desencadear perturbações do espectro do autismo

Em cada 10000 crianças portuguesas, dez têm autismo.
A equipa provocou mutações no gene que controla a produção da proteína Shank3 em ratos. Estas alterações fizeram com que os animais desenvolvessem problemas ao nível das relações sociais e comportamentos repetitivos - desordens geralmente ligadas ao autismo.Os resultados permitiram “perceber quais as consequências para a comunicação neuronal quando o gene Shank3 é mutado”, explicou Cátia Feliciano, investigadora portuguesa presente na equipa. “Pretendíamos também saber se os animais com a mutação mostrariam alterações comportamentais. O que observámos é que os ratinhos com Shank3 mutado exibem comportamentos repetitivos, mostram altos níveis de 'ansiedade' e evitam o contacto social com outros ratinhos”.

(...)

Esperança no tratamento do autismo

A descoberta, publicada na revista "Nature", vem trazer esperança para a criação dos primeiros medicamentos eficazes no tratamento da doença. “Embora o Shank3 seja apenas um dos genes implicados no autismo, é possível que as regiões afectadas no comportamento autista sejam semelhantes ao nível dos circuitos”, explica, por sua vez, João Peça, também membro da equipa de investigação.

“Em termos de tratamento será agora importante identificar se efectivamente disfunções no striatum [área do cérebro mais afectada nos animais analisados] são um ponto em comum no autismo. Um dos principais focos da nossa investigação será perceber como modular este circuito”, acrescenta.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Exercício depois dos 60? O cérebro agradece

A demência afecta 24 milhões em todo o mundo. Investigadores mostram que é simples prevenir

"O que não é bom para o coração, não é bom para o cérebro." A frase é de Laura Fratiglioni, investigadora no Instituto Karolinska, na Suécia, e uma das últimas especialistas em envelhecimento a alertar para a necessidade de trabalhar para proteger o cérebro da perda de capacidades mentais ao longo da vida. Estima-se que 24 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de algum tipo de demência, 70% com mais de 75 anos.

Diferentes grupos de investigação estão a tentar perceber o impacto da actividade física na manutenção do cérebro. No início de Fevereiro, um dos estudos com mais participantes até à data - 120 voluntários entre os 60 e os 80 anos e um estilo de vida sedentário - revelou que apenas 40 minutos de exercício três vezes por semana chegam para fazer a diferença. O trabalho desenvolvido na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, revelou que começar a fazer exercícios de aeróbica numa idade mais avançada ajuda a recuperar a perda natural de massa no cérebro. Nos participantes que seguiram o plano de actividade física, o volume na zona do hipocampo - crucial para o processamento da memória - aumentou 1,97% a 2,12% no espaço de um ano. No grupo de controlo, a massa diminuiu 1,40% durante o mesmo período.

Laura Fratiglioni, que está a preparar um novo trabalho sobre factores de risco para a demência, adianta que para além do exercício físico, os estímulos sociais e intelectuais na terceira idade podem ser decisivos.

Canábis melhora apetite de doentes com cancro

O estudo é inédito e demonstra também que uma substância da planta ajuda a dormir melhor

A quimioterapia - tratamento realizado em doentes oncológicos - provoca alterações no olfacto e no paladar. Os pacientes começam a ter menos apetite e, por consequência, perdem peso. Agora, depois de uma investigação levada a cabo pela Universidade de Alberta, no Canadá, chega-se à conclusão que uma das componentes da canábis, o tetrahidrocanabinol (THC), pode não só ajudar a combater a perda de apetite como também melhorar a qualidade do sono em doentes com cancro.

Na investigação (levada a cabo entre Maio de 2006 e Dezembro de 2008) participaram 21 pessoas adultas com cancros em estados avançados (à excepção de tumores no cérebro), e que tinham começado a sofrer de falta de apetite. Onze dos pacientes tomaram comprimidos com THC e os restantes foram medicados com placebo. Nenhum deles sabia qual dos dois comprimidos estava a tomar.

Passados 18 dias, a maioria dos pacientes (73%) a quem foi administrado THC disse pensar mais em comida. No outro grupo, apenas 30% sentiram o mesmo. O apetite chegou a melhorar para 64% dos medicados com THC e nenhum disse estar com menos fome. No outro grupo, metade perdeu o apetite, e 20% não registaram qualquer alteração. Uma das investigadoras explicou que este é o primeiro estudo aleatório e controlado para verificar os efeitos do THC neste tipo de pacientes. Por isso mesmo, a opinião é transversal a todos os pesquisadores: são necessários estudos mais profundos. O estudo foi divulgado na última edição da revista "Annals of Oncology". M. C. N.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Nasce em Espanha o primeiro bebé seleccionado para não ter um gene relacionado com cancro da mama - Ciências - PUBLICO.PT

Espanha deu um passo no sentido de abrir mais a porta à selecção de embriões. Um casal recorreu à procriação medicamente assistida para garantir que teria um bebé livre de uma mutação genética fortemente relacionada com o cancro da mama e que afectou várias pessoas da mesma família. O bebé, um rapaz, nasceu no final de 2010 mas só agora os investigadores catalães vieram dar a conhecer o caso, noticia o diário espanhol El Mundo. Em Portugal não há nenhuma situação semelhante.

Em causa está o gene BRCA1 que, à semelhança do gene BRCA2, leva a que os seus portadores (em especial as mulheres, mas também alguns homens) tenham uma probabilidade acrescida de virem a desenvolver tumores da mama, ovário ou pâncreas. No caso do cancro da mama hereditário, há 60 por cento de hipóteses de os portadores da mutação genética virem a sofrer da doença e 20 por cento de terem cancro nos ovários, refere o El País. Em 99 por cento dos casos a doença afecta as mulheres, mas pode ser bastante mais grave nos homens.

Este era precisamente o caso do casal que recorreu ao Programa de Reprodução Assistida de Puigvert-Sant Pau de Barcelona para colocar um ponto final no historial de cancro que tinha na sua família e que estava relacionado com o BRCA1.

(...)

Nenhum caso em Portugal

Contactado pelo PÚBLICO, o presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida português, Miguel Oliveira e Silva, referiu que não conhece este caso do casal espanhol em concreto, mas disse que “não choca que haja selecção em famílias com um historial muito carregado”. Ainda assim, o médico salientou que não há registo de um caso semelhante em Portugal e lembrou que é preciso avaliar criteriosamente cada situação, já que “ser portador de um gene não significa que se venha a ter cancro” e por existirem “muitos factores, como a alimentação, que influenciam” este tipo de patologias.

No caso espanhol, após a autorização, foram fecundados in vitro vários óvulos e foi feito um Diagnóstico Genético Pré-implantacional aos embriões, de modo a excluir os portadores do BRCA1. Os investigadores espanhóis implantaram, depois, vários embriões mas só um sobreviveu. Contudo, alertam que este bebé não está totalmente livre de vir a ter um cancro, já que apenas foi feita a selecção para um gene, e rejeitam que esta venha a ser uma prática aplicada em larga escala. Ainda assim, para o BRCA1 a história negra da família foi mesmo interrompida. O hospital está também a avaliar outro caso semelhante, mas numa família com antecedentes de cancro do cólon, inclusivamente nos progenitores.

(...)


Nasce em Espanha o primeiro bebé seleccionado para não ter um gene relacionado com cancro da mama - Ciências - PUBLICO.PT

quinta-feira, 17 de março de 2011

Progesterona dá o empurrão final para o espermatozóide fecundar o óvulo - Ciências - PUBLICO.PT

Os espermatozóides humanos têm que fazer uma longa caminhada para alcançar o óvulo. Mas quando lá chegam ainda têm que atravessar a capa que o rodeia, isso exige uma activação e movimentação especial do flagelo, a cauda do espermatozóide. Dois estudos independentes publicados hoje na edição online da revista Nature mostram que esta activação é causada pela hormona progesterona segregada pelo próprio óvulo, que provoca uma inundação de iões de cálcio no flagelo, activando-o.

Os iões de cálcio atravessam canais na membrana da cauda do espermatozóide e provocam uma série de processos dentro da célula. A entrada é comandada por uma proteína membranar descoberta há cerca de dez anos chamada CatSper.

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Segundo Kaupp, algumas das causas da infertilidade podem estar relacionadas com este sistema, que se não funcionar, impede o espermatozóide de ter a força suficiente para penetrar a camada externa do óvulo e fundir-se. “Pode ser que alguns óvulos não produzam progesterona suficiente, ou que alguns espermatozóides não sejam sensíveis à progesterona”, disse, citado numa notícia da Nature.

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A CatSper é vista como o melhor dos novos alvos para contraceptivos”, disse Polina Lishko em comunicado. “Assim que encontrarmos o local de ligação [entre a progesterona e a CatSper] há o potencial de se construir um químico que não é parecido em nada com asteróides”, acrescentou, referindo-se à classe de fármacos utilizada para anticontraceptivos, e que podem ter efeitos secundários.

Progesterona dá o empurrão final para o espermatozóide fecundar o óvulo - Ciências - PUBLICO.PT